Com a benção de Deus, encontrarás mais segurança e paz, nas estradas do tempo, garantindo-te o êxito preciso nos deveres de cada dia, a caminho da vida maior. Emmanuel

domingo, 30 de janeiro de 2011

ETAPA I: AUTOMOTIVAÇÃO
Geralmente ao sermos convidados para uma atividade na área da comunicação espírita nos indicam o tema que deveremos tratar. Neste caso é preciso que nos motivemos para estudar o assunto e preparar a palestra. Para isto sugiro que você reflita sobre algumas questões:
·          Qual a importância de se tratar deste assunto [o tema proposto para a palestra]?
·          Qual é a minha atitude diante deste assunto?
·          Qual o meu conhecimento sobre o assunto?
Responda a estas questões intimamente e deixe que surjam outras. Pense nelas e responda-as ou se surgirem dúvidas, anote-as para buscar a(s) resposta(s). Esta é a etapa de automotivação.
Caso seja solicitado que você indique o tema fica mais fácil porque geralmente propomos o que estamos estudando, o que temos alguma bagagem de conhecimento, incluindo temas que envolvem atualidades, por exemplo: visão espírita sobre o consumismo; os vícios físicos e morais e alternativas para superá-los; a contra-proposta cristã para a violência dos dias atuais, dentre outros.
ETAPA II: PREPARAÇÃO OU APROFUNDAMENTO DO TEMA
Após a etapa de auto-motivação já temos energia para alavancar a tarefa. Devemos reunir material: livros, DVD’s, CD’s, etc. Esta é a fase da preparação ou do aprofundamento do assunto. Significa “garimpar” material que trate do assunto espírita ou não, mas se você é neófito apegue-se a boa produção espírita. Nesta etapa não pode faltar a consulta ao Livro dos Espíritos e as outras obras da codificação que tratem do assunto, inclua obras Póstumas.
Busque escritores consagrados que tratam do tema com autoridade, por exemplo. As obras psicografadas pelos médiuns Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, João Nunes Maia, Raul Teixeira, Ivone Pereira, Emmanuel Cristiano e outros(as). Escritores como Hermínio Miranda, Herculano Pires, Richard Simonetti, Alírio Cerqueira Filho, Dora Incontri, Léon Denis, Terezinha Oliveira, dentre muitos outros. Claro a pesquisa será relacionada ao tema e pode pedir ajuda aos mais experientes para indicar livros, revistas, CD’s ou DVD’s que tratam do tema.
Sugiro que ao fazer as leituras tome nota do que achou importante, registrando nome do livro e a página, para facilitar se você precisar localizar a citação posteriormente. Estas anotações servirão também para futuras atividades, por isto seja organizado(a), tenha um caderno ou digite e arquive, mas não perca este levantamento ele vale “ouro” . Esta é a vacina contra o vírus do ACHISMO. Estudar o assunto utilizando autores bem referendados.
ETAPA III: ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
Depois das leituras, audições e de tomar nota do que achou pertinente você percebeu o quanto seu conhecimento foi ampliado e como cresceu em importância. Agora é hora de organizar o material. Se você jogar ao público do jeito que está não vai ficar bom.
Para avançarmos lanço nesta etapa algumas perguntas essenciais:
- Qual é o público a que se destinará a palestra?
- São conhecedores ou não da doutrina espírita?
- São jovens ou adultos?
- Qual o ambiente que vou falar: dentro da casa espírita ou fora dela?
- Quais os recursos que terei? Data show? Microfone?
- Qual o tempo que irei dispor para a palestra?
Procure respondê-las, elas podem ser levantadas antes da etapa de estudo, mas agora que você irá selecionar o que vai transmitir na palestra estas questões auxiliarão. Fique atento(a), porque  de acordo com a faixa etária, os interesses mudam. Um público jovem exigirá uma palestra ligada aos seus desafios atuais, uma dica interessante é que se façam perguntas-chave dentro da exposição para levá-los à reflexão, por exemplo.
Se o público é espírita, a abordagem toma um rumo diferente do público não espírita, isto porque partimos do pressuposto de que o primeiro já tem conhecimentos básicos, já aceitam os princípios espíritas, e no segundo caso, precisa-se esclarecer alguns termos e fazer um link entre as diversas propostas de conhecimento (cristão, espírita, filosófica, espírita) para dar significado ao assunto de acordo com a percepção dos ouvintes.
Vamos definitivamente organizar o material obedecendo ao tempo disponibilizado e ao público ouvinte.
Todo processo de comunicação para ser eficiente deve ter COMEÇO, MEIO e FIM, ou seja, INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO e deve seguir o fio determinado pelo tema. Na minha experiência sugiro que você crie uma pergunta que deseja ser respondida na sua palestra. Por exemplo. Se a palestra se intitula “Provas da Reencarnação segundo a doutrina espírita”. Faça a pergunta: Em que a doutrina espírita se fundamenta para provar a reencarnação, ela está concorde com o pensamento cristão?
3.1 INTRODUÇÃO
Início da palestra, que é a introdução. Nesta fase precisa-se quebrar o gelo do público e o nosso nervosismo que estará no máximo. Lembra-se da automotivação? Pense no quanto será útil trazer este assunto, quantas lágrimas secarão ao se ter o conhecimento que você semeará na palestra.
Nesta etapa, você vai despertar ou atrair a atenção do público para o tema utilizando uma citação evangélica, um pequeno conto, história, uma questão do livro dos espíritos, uma reportagem ou uma reflexão/provocação de sua autoria. A introdução é curta e serve para abrir a conversa. Se preciso for delimite o que vai falar, se couber, cite as obras que você consultou e siga suavemente para a maior etapa da palestra, ou seja,  o desenvolvimento do tema.
Sugiro ao novato começar o tema com uma história que o auxiliará a manter o nervosismo em baixa e ao mesmo tempo  prender a atenção do público.
Certa feita, assisti uma palestra do escritor José Jorge, autor do Livro Antologia do Perispírito. Ao iniciar a palestra, ele disse que iria “provar” porque não acreditava na reencarnação. Este foi o mote que nos prendeu durante toda a sua fala.
3.2 DESENVOLVIMENTO
O meio da palestra corresponde ao miolo da fruta, é a parte mais substanciosa. Nela traga as contribuições de diversos autores, reúna as idéias similares, senão fica uma “mistura sem pé, nem cabeça”. Para tanto,  organize-as e deixe para o fim as contribuições mais importantes, ou seja, a visão espírita, se for o caso.
Caso você sinta dificuldade de organizar sua explanação, não tenha receio de procurar apoio. A palestra tem sua “cara”, mas as contribuições para melhorá-la são sempre bem vindas.
MUITA ATENÇÃO: SE A PALESTRA É ESPÍRITA NÃO PODE FALTAR A PRECIOSA CONTRIBUIÇÃO DOUTRINÁRIA. Chamo atenção para este ponto porque identificamos, em alguns episódios em que o palestrante espírita “esqueceu” de na sua abordagem trazer a valiosa contribuição desta doutrina, que se diferencia na explicação sobre nossa essência espiritual, de que somos seres em evolução e que atingiremos a plenitude por meio das sucessivas encarnações. Faltar o tom espírita é o mesmo que, ao nosso ver, “negar água a quem tem sede, a água da vida, da compreensão profunda do que somos, de onde viemos e porque aqui estamos”.
Vale ressaltar que um dos recursos preciosos para prender a atenção do público é a narrativa de histórias, fatos da vida real, parábolas, etc. Porque via de regra, o(s) ouvinte(s) dispersam-se com facilidade e as narrativas conseguem atraí-los. Neste ponto, temos Jesus como um precioso  exemplo de ensino por parábolas. Portanto, lance perguntas, traga pensadores críticos e bem embasados, sempre mantendo o fio do tema.
3.3 CONCLUSÃO
Nesta etapa haverá um clímax, que é o ponto culminante. O ponto culminante da palestra é quando finalmente respondemos a pergunta a que nos propomos. Uma boa resposta exige uma boa base de conhecimento. Esta etapa exige também uma forte dose da emotividade do palestrante.Tem-se a sensação de tarefa cumprida, mas falta o final: a conclusão.
A conclusão deve-se levar à reflexão. Todo conhecimento espírita deve levar à transformação moral, portanto, de nada serve conhecimento acumulado que não gere mudança de atitude para melhor. Pode-se concluir com o chamamento à reflexão sobre como é a nossa atitude e a necessidade de modificá-la para nossa própria felicidade, inclusive é um bom auxílio declamar ou ler uma poesia.
Arrumou o esquema da palestra? Organizou o caminho a ser trilhado? Revise o material e ensaie sozinho(a) ou diante de um amigo(a) para ganhar segurança. É importante lembrar que antes mesmo de iniciar o trabalho de organização do material, a oração é um excelente auxiliar em todo este processo, pois, acreditamos que numa atividade dessa envergadura, nunca ficamos sozinhos, pois contamos com o auxílio dos amigos espirituais para que a preciosa oportunidade de consolação espírita seja realizada satisfatoriamente.
(...)
Voltando à palestra de José Jorge: você sabe como terminou? Ele disse que não acredita na reencarnação sabe que a reencarnação existe!